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Santa Casa recebe equipe de cirurgia para correção de malformações com técnica inédita na Região Norte
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Procedimento durou mais de 10 horas e reuniu cinco médicos de centros de referência no país, além da equipe de cirurgia pediátrica da Santa Casa

Duas crianças, um menino e uma menina, foram operadas na Fundação Santa Casa pelo Grupo Cooperativo Brasileiro Multi-institucional para o Tratamento de Extrofia de Bexiga, utilizando a Técnica de Kelly. Os procedimentos cirúrgicos, considerados complexos, foram realizados no dia 31 de agosto, e as crianças passam bem, seguindo em tratamento na Santa Casa do Pará até a completa recuperação cirúrgica.

“Conhecido como Grupo Kelly, esse grupo é formado por profissionais de cirurgia pediátrica e urologia, com expertise na correção de extrofias de bexiga, tendo realizado cerca de 120 casos no Brasil. Nós fomos o 16º estado a receber o grupo, e esta é a primeira vez que eles vêm à Região Norte”, explica o coordenador de cirurgia pediátrica da Santa Casa, Eduardo Amoras.

O procedimento, segundo o médico, durou mais de 10 horas e reuniu cinco especialistas de centros de referência no país, além da equipe de cirurgia pediátrica da Santa Casa do Pará. A extrofia de bexiga é uma malformação na qual a parede abdominal da criança não se forma corretamente, deixando a bexiga exposta. São necessárias cirurgias para o fechamento da parede abdominal e a reconstrução da bexiga, uretra e genitália.

O cirurgião pediátrico Jovelino Quintino Leal, do Hospital Infantil Sabará em São Paulo e membro do Grupo Kelly, participou dos procedimentos na Santa Casa e garante que a técnica oferece vantagens aos pacientes, além de afirmar que a instituição está estruturada para cirurgias desse porte.

“Nossa expectativa é que, com este procedimento, possamos oferecer melhores resultados funcionais e estéticos para os pacientes atendidos na Santa Casa, especialmente no que diz respeito à continência urinária. Realizamos um procedimento complexo e é necessário contar com uma estrutura hospitalar e equipe adequadas. Aqui verificamos que a Santa Casa está preparada para esse tipo de intervenção”, explica Jovelino.

Para o coordenador de cirurgia pediátrica da Santa Casa, Eduardo Amoras, além de garantir o atendimento às duas crianças, a vinda dos especialistas do Grupo Kelly contribui para a qualificação da equipe local, possibilitando um atendimento mais rápido e eficiente.

“Com essa parceria, o grupo de cirurgiões da Santa Casa pode aperfeiçoar suas habilidades e receber treinamento especializado, o que permite oferecer melhor atendimento, principalmente em patologias raras e de alta complexidade. Dessa forma, a equipe fica mais capacitada e treinada para resolver essas situações sem que o paciente precise se deslocar para outro hospital ou estado, utilizando tratamento fora de domicílio”, afirma Amoras.

Juliana Kerlley é mãe de Maria Alice, de 2 anos, uma das crianças que passaram pela cirurgia com a técnica de Kelly. Natural de São Luiz do Maranhão, ela se diz satisfeita com o resultado da cirurgia e feliz com a recuperação da filha.

“Quando a Maria nasceu, eu fiquei preocupada porque não sabia como seria cuidar dela. Mas descobri um grupo de mães de crianças com extrofia e fui aprendendo aos poucos. Quando marcaram a cirurgia e me explicaram como seria, eu não imaginei que tudo ficaria tão bem, ficou tudo direitinho”, conta a mãe.

Juliane Almeida, mãe de Joaquim, de 2 anos, que já havia passado por outras cirurgias na Santa Casa, acredita que em breve a rotina de cuidados com o filho será mais tranquila.

“O que estava para fora não está mais, e com essa cirurgia percebo que melhorou muito. Então, tudo vai ficar melhor depois que ele estiver recuperado, pois sempre tive que ficar muito alerta e protegê-lo, até para o banho era difícil devido à extrofia”, relata Juliane.

Participaram da cirurgia cinco cirurgiões do Grupo Kelly, que atuam em hospitais considerados centros de excelência no Brasil, como o Hospital Infantil Darcy Vargas em São Paulo, o Hospital Pequeno Príncipe em Curitiba e o Hospital Estadual da Criança no Rio de Janeiro, além da equipe de cirurgia pediátrica da Santa Casa e da equipe de suporte composta por médicos anestesiologistas, enfermeiros e técnicos de enfermagem.

Data de Publicação: 22/10/2024