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Santa Casa reúne pessoas que aguardam transplante, transplantados, familiares e profissionais que atendem os pacientes
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Encontro celebra o Dia Nacional da Doação de Órgãos na Santa Casa

O encontro aconteceu no auditório do hospital e comemorou o Dia Nacional da Doação de Órgãos.

Já se passaram quase 5 anos desde que Samile Moraes, atualmente com 16 anos, recebeu um novo rim. A jovem foi a primeira paciente a passar pelo transplante renal pediátrico na Santa Casa do Pará, iniciando um novo ciclo em sua vida.

"Antes do transplante, minha vida era difícil e agora, após a cirurgia, melhorou muito. Mudou bastante a minha rotina, a água que eu não podia beber e várias outras coisas. Por isso, é importante que as pessoas digam sim para a doação de órgãos, porque melhora a vida de pessoas que vivem na hemodiálise", afirma Samile.

A adolescente, juntamente com outros pacientes transplantados, participou do encontro promovido pela Santa Casa nesta sexta-feira, 27, para a troca de experiências e relatos entre pacientes, familiares, profissionais de saúde e outros envolvidos nos processos pré e pós-transplante.

"Nosso objetivo com a culminância do 'Setembro Verde' é realmente trazer esse olhar de vida, alegria e esperança, promovendo um encontro entre familiares dos pacientes que estão aguardando transplante, pacientes na fila, aqueles que já receberam o transplante e as equipes assistenciais que cuidam deles em toda essa linha de cuidado, como ambulatório, enfermarias, UTIs e centro cirúrgico. Esse é o objetivo principal da nossa ação hoje", explica a médica Nelma Machado, coordenadora da Comissão Intra-hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (Cihdott) da Santa Casa.

Ao longo do mês de setembro, a Santa Casa realizou ações como campanhas de esclarecimento em shoppings e escolas, além de capacitações para profissionais que atuam na captação de órgãos e transplantes.

O Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado hoje, foi instituído em 2007 e tem o objetivo de conscientizar a sociedade sobre a importância da doação e de estimular que as pessoas conversem com familiares e amigos sobre o desejo de ser doador, como ressalta a nefrologista pediátrica Monick Calandrini, responsável pelo serviço de nefrologia pediátrica e pelo transplante renal pediátrico da Santa Casa.

"O principal objetivo é conscientizar a população e sensibilizar sobre a importância da doação de órgãos. Ainda há uma quantidade muito grande de pacientes aguardando transplante no Brasil — só de crianças, são mais de 1.300 aguardando por um transplante renal. No nosso serviço, a doença renal crônica impacta negativamente o desenvolvimento das crianças, que não sobrevivem apenas com hemodiálise. Por isso, o transplante renal é o melhor tratamento, trazendo de volta um desenvolvimento mais próximo do fisiológico", explica a médica.

Calandrini reforça que é fundamental mostrar que a doação de um órgão pode dar qualidade de vida a alguém que está em sofrimento. Além disso, é necessário derrubar mitos que dificultam que alguém se torne doador e explicar a importância da autorização familiar.

"Aproveitamos para desfazer muitos mitos sobre a doação de órgãos, como a dúvida: 'será que vão deixar de me atender ou de investir na minha recuperação em uma UTI só para pegar meus órgãos?' Isso não acontece. O diagnóstico de morte encefálica ocorre na UTI e só após este diagnóstico é aberto o protocolo para que a Cihdott aborde a família sobre a doação", esclarece a médica.

Conforme a legislação brasileira, a família é a responsável pela decisão de doar ou não os órgãos de um ente falecido. Todo o processo, desde a determinação da morte encefálica, autorização familiar até a definição do paciente receptor, segue critérios técnicos e éticos rigorosos.

Exposição artística

Durante o encontro, uma exposição de pinturas feitas pelas crianças que aguardam transplante e são atendidas no serviço de terapia renal substitutiva da Santa Casa emocionou os participantes. Com muita cor e criatividade, os pacientes-artistas expressaram seus sentimentos e desejos por meio da arte.

A atividade foi orientada pelas terapeutas ocupacionais, que consideram que a expressão artística possibilita a ressignificação da dor, alivia o estresse, estimula a motivação, a criatividade e a autoestima das crianças.

"Deixamos as crianças livres para desenhar e expressar o que queriam. Elas nos surpreenderam, e muitos pais também se envolveram. O resultado foi incrível, porque as crianças ficaram motivadas com o resultado da arte. É importante entender que elas têm muitos sentimentos e que a experiência na terapia renal faz com que percebam o todo. Elas desenharam o rim de diversas formas, mostrando seu desejo e a esperança de um dia receberem esse órgão", esclarece a terapeuta ocupacional Clévia Dantas.


Data de Publicação: 22/10/2024