As atividades também comemoram os 6 anos de criação do Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais, que possui mais de 1.200 pacientes cadastrados e atende pessoas de Belém e do interior.

Em parceria com a organização sem fins lucrativos “Smile Train”, a Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará realiza a “Semana do Sorriso”, com atividades lúdicas para pacientes do Serviço de Referência em Fissuras e Anomalias Craniofaciais atendidos pela instituição, juntamente com uma programação científica que vai reunir nesta sexta-feira, 4, profissionais e estudantes da área da saúde, no Centro de Ensino e Treinamento em Saúde da Santa Casa.

“É uma semana muito importante para a conscientização da população em geral e dos profissionais da área da saúde sobre a fissura labiopalatina e sobre o seu portador, tentando orientar a comunidade em geral sobre como encaminhar, que há tratamento, onde é o tratamento, bem como orientar os profissionais da saúde, que às vezes não têm intimidade ou conhecimento necessário para lidar com esse tipo de paciente, em especial na questão da alimentação — que é uma dúvida muito frequente — além de orientações sobre a fala, para onde encaminhar e como fazer o tratamento. Então essa semana é para conscientizar sobre isso”, afirma o cirurgião plástico Franklin Rocha, responsável técnico pelo Serviço da Santa Casa.

Para a fonoaudióloga Deborah Costa, coordenadora do Serviço de Referência em Fissuras, a programação científica também é uma oportunidade de mostrar como o atendimento a pacientes com fissura está estruturado na Santa Casa.

“Vamos reunir a equipe interdisciplinar, que atende os pacientes com fissuras na Santa Casa, para falar sobre como é conduzido o tratamento do fissurado, quais são as atribuições de cada profissional, deixando sempre muito claro que a equipe trabalha com uma grande interação entre cada profissional, e que os pacientes são tratados de forma realmente interdisciplinar”, reforça Deborah.

Devido às características sociogeográficas dos pacientes atendidos pelo serviço de referência da Santa Casa, dos quais quase 60% residem em municípios do interior do estado, outro aspecto incentivado com a programação da Semana é a permanência dos pacientes até o fim do tratamento, afirma Camila Beni, gerente sênior de programas da ONG Smile Train.

“A gente faz uma semana de atividades lúdicas, com pais, com pacientes, com a sociedade, para que a população saiba que existe um serviço de profissionais altamente qualificados, que oferecem o tratamento de fissura via SUS para os pacientes. E também com os pacientes, com os pais, para que eles tenham essa consciência cada vez mais sobre o tratamento. A gente sabe que o tratamento é longo, é difícil muitas vezes, principalmente para os pais conseguirem trazer os filhos, mas é essencial para que, no futuro, eles consigam ser membros ativos. Então, essa semana engloba tudo isso”, afirma o cirurgião Franklin Rocha.

As atividades também comemoram os 6 anos de criação do serviço, que possui atualmente mais de 1.200 pacientes cadastrados e atende centenas de pacientes de Belém e do interior do estado, com consultas multiprofissionais e cirurgias para a correção das fissuras labiopalatais, além de outras anomalias craniofaciais. Franklin Rocha destaca alguns dos avanços no tratamento da fissura conquistados a partir da implantação do serviço.

“No início, apenas 30% dos pacientes eram operados na idade ideal. Hoje, com o estabelecimento do serviço, com o apoio da Santa Casa e do Governo do Estado do Pará, mais de 50% dos pacientes são operados na época adequada. Então, é um ganho muito grande para nós como profissionais, para o paciente, para a melhora na fala, para o desenvolvimento e a integração social desse paciente”, afirma o cirurgião Franklin Rocha.

O encontro científico, com o tema “Atuação da equipe interdisciplinar em pacientes com fissura labiopalatina”, reunirá a partir das 18h de hoje, no auditório do Centro de Ensino e Treinamento em Saúde da Santa Casa (CETS), especialistas que atuam em várias etapas do atendimento, com orientações referentes ao tratamento do paciente com fissura labiopalatina.