O serviço já realizou mais de 5 mil consultas multiprofissionais que, além das avaliações da cirurgia plástica, incluem também consultas de fonoaudiologia, psicologia, enfermagem e odontologia
De janeiro a setembro deste ano, o Serviço de Referência em Fissuras Craniofaciais realizou mais de 5 mil consultas multiprofissionais, que além das avaliações da cirurgia plástica, incluem também consultas de fonoaudiologia, psicologia, enfermagem e odontologia.
Os pacientes com fissuras devem ser acompanhados desde bebês e o tratamento passa pela infância e adolescência, períodos em que os cuidados com a saúde bucal são essenciais para garantir a função da mastigação e melhorar o aspecto estético dos pacientes, como explica o ortodontista José Carlos dos Santos, que atua em algumas das etapas do tratamento dado pela equipe multiprofissional.
"Quando você passa a trabalhar com paciente, já com o aparelho, ele já se sente motivado no tratamento, porque ele está vendo que isso vai melhorar a estética dele, que é o que ele mais busca naquele momento, devido à idade, entre 7 e 8 anos. Ele ainda não pensa muito na mastigação, ele pensa na estética. Então, quando ele coloca o aparelho, e se sente mais parecido com os amigos dele, ele já fica muito mais estimulado a continuar o tratamento", explica José Carlos.
A psicóloga Eloísa Rodrigues acompanha pacientes com fissuras e percebe a melhora na autoestima dos pacientes.
"A reconstrução do sorriso através da cirurgia, do cuidado da saúde bucal, de colocar o aparelho ortodôntico melhorando o alinhamento dos dentes, faz com que esse autocuidado se reflita também um pouco nesse aspecto social, porque aí ele vai interagir com as outras pessoas se sentindo melhor, mais bonito. Uma beleza, que a gente, da equipe multiprofissional, também vai trabalhando com ele e com a família ao longo do tratamento para que essa autoestima reflita no seu sorriso. Então é através dessa equipe, porque aí eu coloco a família, coloco a escola, coloco a equipe da Santa Casa, para que todos nós juntos a gente possa resgatar a autoestima do paciente", afirma a psicóloga.
Atualmente o número de pacientes cadastrados no serviço é de 1.285 pacientes, a maioria crianças e adolescentes com idade entre 0 e 19 anos, mas pacientes adultos também são atendidos no serviço e podem até dar início ao tratamento para fissuras, quando encaminhados por outros serviços de saúde para a Santa Casa.
Cuidados recomendados para todos
Em relação à importância dos cuidados orais fora do contexto do atendimento especializado aos fissurados, realizado na Santa Casa, o odontólogo José Carlos dos Santos explica o que cada pessoa deve fazer para manter a saúde dos dentes.
"O principal, além de procurar o dentista a cada seis meses, para ver se tem algum problema mais sério, é a higiene oral diária, que a gente orienta ser de no mínimo quatro escovações por dia, após o café da manhã, almoço, jantar e antes de dormir. Cada escovação tem um tempo de duração de pelo menos 3 minutos escovando o dente e usando o fio dental duas vezes por dia. Fazendo isso, a gente tem certeza que vai ter problemas pontuais, nenhum tipo de problema maior na boca", resume.
O atendimento odontológico de rotina deve ser acessado pelos usuários do SUS nas unidades de saúde dos municípios.
Data de Publicação: 2024-10-31 10:02:48